Polícia Ambiental e CEEPAM promovem treinamento para fortalecer a fiscalização e proteger a Mata Atlântica no Litoral Norte

Mata Atlântica, o Bioma mais ameaçado do Brasil torna o trabalho dos fiscais ambientais ainda mais relevante.

Segundo a Fundação SOS Mata Atlântica restam atualmente somente 12,4% da cobertura original dessa floresta com um bom nível de preservação, evidenciando o alto grau de devastação desse bioma, que é o mais ameaçado do Brasil.

A degradação intensa ocasionada pela expansão urbana desordenada torna o Litoral Norte cada dia mais vulnerável, colocando em alto risco o pouco que restou das restingas, mangues, caixetais e até mesmo a floresta densa das encostas.

A Mata Atlântica é também o Bioma com maior número de espécies ameaçadas de extinção no Brasil, tanto de fauna como de flora.

Este cenário aumenta a relevância dos profissionais de fiscalização ambiental, e por isso, visando a atualização e o aprimoramento técnico desses profissionais, a Polícia Ambiental do Litoral Norte e o CEEPAM (Centro Educacional e Ecológico de Preservação Ambiental) realizam nos dias 22 e 23 de maio de 2025 um treinamento sobre a Identificação e Classificação de Vegetação dos Ambientes Costeiros da Mata Atlântica.

Segundo Eduardo Leduc, Engenheiro Agrônomo e Conselheiro do Consema, “o conteúdo desse treinamento foi elaborado a partir das necessidades identificadas pela própria Polícia Ambiental e pela Diretoria de Proteção e Fiscalização Ambiental. O Biólogo e Consultor Ambiental Patrick Pina, profundo conhecedor da região, elaborou um programa teórico e de campo nos ambientes costeiros para que o agente, através das espécies indicadoras, possa classificar o tipo de vegetação e o seu estágio sucessional, que são aspectos fundamentais para relacionar a área às leis de proteção ambiental pertinentes”.

A parte prática de campo foi realizada na região das praias Tabatinga e Mococa, adjunta a área considerada como de importância extrema para a preservação da avifauna, segundo o Plano de Manejo do Parque Estadual da Serra do Mar.

“O entendimento das leis atuais e um laudo assertivo de uma vistoria de campo são fundamentais para que o processo de fiscalização e de autuação sigam o processo legal de forma clara e ágil, impedindo o avanço da degradação e acelerando o processo de recuperação das áreas”, afirma o Capitão PM Carlos Magno da Polícia Militar Ambiental.

“Vejo esse tipo de atividade como um bom exemplo de como podemos unir esforços, das autoridades de fiscalização e da sociedade civil, em busca de maior efetividade nas questões de meio ambiente. O dia a dia, as atividades internas e a rotatividade de profissionais tornam necessária esse tipo de atividade e interação com outros profissionais para termos excelência em nossas atividades”, afirma a Chefe de Divisão Gabriele Cerqueira Sant’ Anna, da Diretoria de Proteção e Fiscalização Ambiental do Estado.

Dessa forma, a ação conjunta entre a Polícia Ambiental do Litoral Norte e o CEEPAM se consolida como uma iniciativa essencial, que alia teoria e prática, para fortalecer a atuação dos agentes ambientais frente aos desafios da proteção da Mata Atlântica. A capacitação contínua dos profissionais, por meio de treinamentos que unem conhecimento técnico e aplicação em campo, garante maior eficiência na fiscalização, na correta aplicação das leis e na preservação dos remanescentes desse bioma tão ameaçado. A expectativa é que ações como essa sejam replicadas e ampliadas, fortalecendo a rede de proteção ambiental e contribuindo diretamente para a conservação dos ecossistemas costeiros e da biodiversidade da região.