
Prefeitura alerta sobre reação em cadeia causada por faltas em consultas médicas na rede pública
A Prefeitura de São Sebastião, por meio da Secretaria de Saúde (Sesau), vai intensificar os alertas para a população sobre a ausência de pacientes em consultas e exames agendados nas Unidades de Saúde da Família (USF) do município, assim como nos serviços de referência estaduais.
A falta em consultas e exames, também conhecida como absenteísmo, é um comportamento recorrente no SUS em todo o país. Trata-se da ausência de pacientes a uma consulta ou exame previamente agendado, sem aviso, o que desencadeia uma espécie de reação em cadeia, com consequências diretas para o paciente, para a unidade de saúde e para todo o sistema público.
“O não comparecimento sem justificativa impacta diretamente na qualidade da assistência, pois retarda diagnósticos, tratamentos e procedimentos que poderiam evitar complicações e reduzir internações”, destacou a secretária de Saúde, Laysa Pires.
Ela disse ainda que o desperdício não se limita ao nível municipal. “Quando um paciente não comparece ao horário agendado, perde-se não apenas a vaga naquele momento, mas também recursos públicos estaduais e municipais já empregados, o que compromete a eficiência do sistema como um todo”.
O diretor de Atenção Básica de São Sebastião, Paulo Henrique Santana, alertou que o absenteísmo também pode levar à perda de vínculo com a equipe de saúde, dificultando o acompanhamento contínuo e comprometendo o acesso a benefícios sociais ou legais vinculados ao cuidado em saúde. “Além disso, o serviço sofre prejuízos, pois os profissionais ficam com horários ociosos, agendas precisam ser reorganizadas e a eficiência do atendimento cai significativamente”, completou.
São Sebastião, município com extensão territorial de 402,395 km² e 26 Unidades de Saúde da Família, tem registrado índices preocupantes de faltas em consultas e exames. “O maior custo para o sistema de saúde é que consultas e exames perdidos representam gasto público sem retorno e atrasam o atendimento de outros cidadãos que aguardam na fila”, disse Paulo Henrique.
Índices locais
Somente em julho, na USF de Barequeçaba, foram agendadas 306 consultas, das quais 111 não foram realizadas devido à ausência do paciente, representando 28,94% do total.
Já as três unidades de Maresias, um dos bairros mais populosos da Costa Sul, registraram 921 faltas de janeiro a agosto deste ano. Outro dado relevante foi constatado na unidade Itatinga 1, onde das 1.476 consultas agendadas de janeiro a agosto, 580 não foram realizadas, um índice de 39,30% de absenteísmo.
Diante do cenário, a secretária-adjunta da Saúde, Mara Abreu, reforçou a importância da responsabilidade compartilhada entre a população e os serviços de saúde. “Iremos intensificar campanhas e ações para revertermos este quadro, pois a perda impacta diretamente na qualidade de vida do cidadão. O atendimento é uma engrenagem em que todos devem fazer sua parte, garantindo que cada recurso (consultas e exames), investido em saúde pública gere resultados concretos na promoção e qualidade na vida de cada morador da nossa cidade”, destacou.