
Sabesp supera metas previstas em contrato e leva tratamento de esgoto a mais 2,9 milhões de pessoas
Todo o Litoral Norte foi contemplado; desde a desestatização, Companhia expandiu serviços para áreas rurais e informais, que antes não podiam ser atendidas
Em seu primeiro ano completo de operação após a desestatização, a Sabesp anunciou ter superado as metas contratuais de expansão de saneamento para o biênio 2024-2025, impulsionada por um volume de investimentos sem precedentes e uma aceleração operacional quatro vezes mais rápida em relação aos tempos de empresa pública. A companhia avança em seu compromisso de universalizar os serviços de água e esgoto em 371 municípios até 2029, antecipando em quatro anos o prazo do Marco Legal do Saneamento. Os resultados serão auditados pela Agência Reguladora de Serviços Públicos do Estado de São Paulo (Arsesp).
Desde a desestatização, em julho de 2024, a empresa conectou mais de 1,06 milhão de residências à rede de tratamento de esgoto, beneficiando diretamente 2,9 milhões de pessoas. O resultado, segundo o CEO Carlos Piani, valida o novo modelo de gestão e posiciona a Sabesp para enfrentar os desafios futuros, incluindo a ambiciosa meta de realizar mais de 4 milhões de novas conexões até o final de 2026. “Marcamos o primeiro ano deste novo contrato com 100% do alcance das metas, refletindo um trabalho incansável de todos os profissionais da Sabesp. Estamos no caminho certo para alcançar a universalização”, afirmou Piani.

No litoral norte, onde a Sabesp atende quatro municípios, famílias que antes não tinham acesso ao saneamento passaram a contar com ligação de água e esgoto, garantindo mais saúde e qualidade de vida. Nessa região, a Sabesp está investindo R$ 2,3 bilhões para levar saneamento para todos até 2029 – quatro anos antes da meta nacional. É o maior investimento em saneamento da história da região.
Somando Caraguatatuba, Ilhabela, São Sebastião e Ubatuba, foram 12.089 novos imóveis conectados ao sistema de água e 13.510 ligados à rede de coleta e tratamento de esgoto.
Para sustentar essa expansão, a Sabesp se transformou numa potência de investimento e se tornou a quarta empresa que mais investe no país entre todas as companhias listadas na B3. Nos nove primeiros meses de 2025, a companhia investiu R$ 10,4 bilhões. Desde que a nova gestão assumiu, em outubro de 2024, foram captados aproximadamente R$ 18 bilhões para financiar as obras. “A Sabesp é uma empresa muito rentável, mas não gera caixa suficiente para cobrir o volume gigantesco de investimentos necessários”, explica Piani. A estratégia de financiamento é diversificada, combinando capital próprio com recursos de terceiros, por meio de debêntures locais, debêntures incentivadas e a emissão de bônus no mercado internacional, garantindo flexibilidade para captar nas melhores condições.
O ritmo das obras é um dos principais indicadores do sucesso da nova fase. A companhia conecta, em média, 2.400 domicílios por dia. “Para efeito de comparação, o Programa Novo Rio Pinheiros, um dos maiores projetos de saneamento da história de São Paulo, levou três anos e meio para conectar 650 mil domicílios. Nós fizemos esse mesmo número em apenas 10 meses”, destacou o CEO. Esse esforço é sustentado por uma força de trabalho massiva, com mais de 32 mil trabalhadores indiretos nos canteiros de obras, número que deve chegar a 40 mil no pico das atividades. Os resultados detalhados da expansão mostram que, além do tratamento de esgoto que alcançou 1,06 milhão de lares, a coleta de esgoto foi estendida para 762 mil residências, beneficiando 2,07 milhões de pessoas, e o abastecimento de água tratada chegou a 645 mil novos imóveis, impactando 1,75 milhão de vidas.
Os resultados ambientais já são visíveis. A mancha de poluição no Rio Tietê diminuiu em 33 quilômetros, uma redução de 15,9% em um ano, segundo a Fundação SOS Mata Atlântica. Dos 63 bilhões de litros de esgoto que eram despejados por mês sem tratamento adequado – o equivalente a 25 mil piscinas olímpicas – , a Sabesp já conseguiu tratar 10 bilhões de litros, um avanço crucial para a recuperação dos corpos d’água do estado.
A desestatização também permitiu que a Sabesp expandisse sua atuação para áreas rurais e informais, antes inacessíveis por restrições contratuais. Foram quase 163 mil residências ligadas à rede de esgoto e mais de 105 mil conectadas ao sistema de distribuição de água em zonas afastadas do centro, com moradias informais ou áreas rurais. Isso significa que aproximadamente mais 285 mil pessoas dessas áreas passaram a contar com água tratada e mais de 443 mil a ter seu esgoto coletado, substituindo fossas artesanais e o descarte irregular de resíduos.
Com as metas iniciais superadas, o desafio se torna ainda maior. Para 2026, a Sabesp precisa realizar mais de 2 milhões de novas conexões, totalizando mais de 4 milhões acumuladas desde 2024. Piani reconhece que a fase final do processo será a mais difícil, pois envolve as ligações mais remotas e complexas. O sucesso do modelo de gestão, que combina metas ambiciosas com uma estrutura de financiamento robusta, pode, segundo ele, servir de exemplo para outras regiões do Brasil que ainda enfrentam um grande déficit de saneamento. “Nosso sucesso pode servir de case para outros estados. Acreditamos que nosso desempenho vai influenciar outros a adotarem modelos semelhantes”, concluiu.
Para proteger o consumidor final das correções tarifárias relativas ao alto volume de investimentos, o modelo contratual previu a criação de um mecanismo financeiro inédito: o Fundo de Apoio à Universalização (FAUSP). O mecanismo foi criado com um aporte inicial de R$4,4 bilhões do governo de São Paulo, correspondente a 30% dos recursos obtidos com a venda de sua participação na Sabesp. Além disso, o fundo é continuamente alimentado com 100% dos dividendos futuros da participação remanescente de 18% do governo do Estado na companhia. Na prática, o FAUSP e outras mudanças regulatórias permitiram à Sabesp ter a receita necessária para os investimentos, com um aumento tarifário regulatório superior a 10%, enquanto o reajuste para o consumidor final é amortecido, ficando próximo à inflação, em 6,11% no último período. “O governo criou esse mecanismo para garantir que a tarifa ao consumidor não suba mais do que subiria no modelo público. É uma engenharia que permite amortecer o impacto tarifário, especialmente no início, quando os investimentos são maiores”, esclarece Piani.

O cumprimento das metas contratuais da Sabesp em direção à universalização do saneamento em São Paulo pode ser acompanhado por meio do site da companhia: sabesp.com.br/acompanheofuturo
Balanço Litoral Norte
Água
12.089 conexões de água
10.962 em áreas urbanas + 1.127 em áreas informais ou rurais
Esgoto
13.510 conexões à rede de coleta de esgoto
13.433 em áreas urbanas + 672 em áreas informais ou rurais
14.105 domicílios com tratamento de esgoto







