
Baleia-jubarte fica presa pela segunda vez em rede de pesca e é resgatada
Uma baleia-jubarte (Megaptera novaeangliae) foi protagonista de um dramático resgate, ao ficar presa pela segunda vez em uma rede de pesca ilegal. A operação de salvamento foi conduzida pela equipe do Instituto Argonauta nas proximidades da Praia de Itamambuca, em Ubatuba. O instituto revelou que tratava-se do mesmo indivíduo já liberto em 30 de junho, apenas 17 dias antes.
A equipe de desemalhe composta pelos biólogos Beto Chagas, Danilo Camba, Carlos Vinicius Sarde e Felipe Domingos foi responsável pelos procedimentos de abordagem. A baleia estava enroscada em uma rede ancorada por poitas, que envolvia sua cabeça, com as extremidades se estendendo para os lados. Apesar de conseguir mergulhar e voltar à superfície para respirar, o animal permanecia confinado na mesma área, impossibilitado de seguir seu curso natural.
Operação de desemalhe da baleia
A boa visibilidade da água foi crucial para a equipe. Os biólogos conseguiram localizar a rede a aproximadamente sete metros de profundidade. Utilizando procedimentos que seguem protocolos internacionais de segurança e desenredamento, adaptados ao contexto brasileiro por meio de treinamentos do CMA/ICMBio e IBAMA, os cortes necessários foram efetuados.
Em uma ação coordenada, a baleia conseguiu se movimentar e se desvencilhar da rede, encerrando mais uma operação de salvamento bem-sucedida.
“Essa ação não é apenas sobre salvar um indivíduo, mas também sobre alertar para que tenhamos uma convivência mais saudável com o oceano. Que este resgate inspire mais pessoas a cuidar de nossos mares e da vida marinha”, ressaltou Danilo Camba, do Instituto Argonauta.
O Instituto Argonauta, fundado pelo Aquário de Ubatuba, é referência em conservação marinha no Litoral Norte de São Paulo.
Segundo o grupo, o alerta é que, diante de casos de baleias enredadas ou em situação de risco, a recomendação é clara: não intervir. É fundamental manter distância, evitar cercar o animal com embarcações e acionar imediatamente as autoridades ambientais ou o Instituto Argonauta, que possui o conhecimento e os equipamentos adequados para realizar o resgate de forma segura para o animal e para as pessoas.