Deived Silva é vice-campeão e Austrália domina o pódio do Corona Open México

O Corona Open Mexico apresentado pela Quiksilver foi encerrado com chave-de-ouro, com os classificados para o último dia dando um show nas melhores ondas da semana em Barra de La Cruz. Depois do amplo domínio da seleção brasileira, ganhando cinco das seis etapas do World Surf League Championship Tour 2021, disputadas antes do México, foi a vez dos australianos fazerem a festa na sexta-feira, com as vitórias de Jack Robinson e Stephanie Gilmore. Mas, foi por pouco. O paulista Deivid Silva perdeu o título por dois centésimos de diferença no placar de 15,16 a 15,14 pontos, enquanto a final feminina terminou em 15,83 a 15,27 pontos da havaiana Malia Manuel.

Agora, todas as atenções ficam para a decisão dos títulos mundiais na estreia do Rip Curl WSL Finals, no melhor dia de ondas no período de 9 a 17 de setembro nas ondas de Trestles, na Califórnia (EUA). Os cinco primeiros do ranking masculino e as cinco melhores do feminino, irão se enfrentar num sistema mata-mata. Quatro surfistas da seleção brasileira se classificaram, com Gabriel Medina, Ítalo Ferreira e Filipe Toledo encabeçando o ranking masculino e Tatiana Weston-Webb ficando em segundo lugar no feminino.

Na sexta-feira decisiva do Corona Open Mexico apresentado pela Quiksilver, o Brasil foi representado por dois surfistas que já comemoravam seus melhores resultados em etapas do CT. Deivid Silva despachou o italiano Leonardo Fioravanti no primeiro confronto do dia, mas o jovem catarinense Mateus Herdy, campeão mundial Pro Junior de 2018 que participou desta etapa como convidado, foi batido pelo australiano Jack Robinson. Os derrotados nas semifinais dividiram o terceiro lugar no evento, junto com a tetracampeã mundial Carissa Moore e a australiana Sally Fitzgibbons, que também perderam a briga pelas vagas na grande final.

“Quero agradecer a Deus pela oportunidade de estar nessa final. Eu queria ter vencido, mas estou muito amarradão por ter feito um bom evento”, disse Deivid Silva. “Estou feliz por ter vencido grandes surfistas, como o Adriano (de Souza) que está se aposentando, o Gabriel (Medina) e fico muito amarradão em estar representando o Brasil muito bem também. O Jack (Robinson) quebrou a bateria. Foi uma bateria muito boa, bem disputada, mas o ano que vem estarei de novo no tour e vamos nessa. Acho que o sonho de vencer uma etapa não acabou ainda e vamos com tudo pro ano que vem”.

A decisão do título começou com Jack Robinson já pegando um belo tubo e variando batidas e rasgadas, até finalizar com um aéreo 180 para largar na frente com nota 6,83. Deivid Silva demora um pouco pra surfar, mas escolhe uma boa para mandar duas batidas retas de cabeça pra baixo no crítico da onda, seguindo seu ataque de backside com manobras executadas com bastante pressão abrindo grandes leques de água. Os juízes dão nota 7,27.

Depois de uma calmaria, Jack Robinson pega uma onda menor, mas que rende um tubo mais longo, sai limpo e emenda um cubtback e várias batidas. Deivid Silva responde numa maior, começando com duas manobras gigantes e vai marretando a onda de forma impressionante até o fim. O australiano recebe 5,17 na onda dele e a do brasileiro vale 6,93 para assumir a ponta, deixando o australiano precisando de 7,37 há 15 minutos do fim.

Faltando 9 minutos, Robinson pega uma onda e muda a abordagem, mandando um aéreo na saída do tubo no início, prosseguindo com sua variação de manobras progressivas até o fim. Deivid repete a dose com suas pauladas verticais no pocket de outra onda e fazendo fortes batidas e rasgadas. O brasileiro ganha 7,87, mas o australiano recebe 8,33 e vira o placar para 15,16 a 15,14 pontos. Isso foi há 5 minutos do fim e não entrou mais ondas, com Jack Robinson festejando sua primeira vitória na igualmente primeira final de Deivid Silva em etapas do CT.

“Nem sei por onde começar, mas é uma sensação parecida quando eu me qualifiquei para o CT”, disse Jack Robinson, que é casado com uma brasileira e passou a ser treinado pelo pai de Yago Dora, Leandro Dora, esse ano. “Ainda estou processando tudo. Eu estava muito motivado e com esse objetivo em mente. Estou com uma equipe excelente, os Doras, minha esposa Júlia, minha família e meus patrocinadores. Certamente, eu não ia conseguir sem vocês”.

O australiano seguiu comentando sobre o melhor resultado do seu primeiro ano na elite do CT: “Eu tentei criar uma energia antes de chegar aqui. Todo mundo surfa muito bem, então é incrível conseguir superar todos eles. Senti que podia vencer as baterias e acho que isso foi o resultado dessa mentalidade positiva. Foi um ano muito louco, com altos e baixos, então é impressionante chegar aonde estou agora. Sou muito grato por esse evento, a WSL, os patrocinadores e pela segurança de fazer um evento desses aqui nessa época”. E encerrou o discurso da vitória no pódio com um: “Viva México”.

SEMIFINAIS – O último dia do Corona Open Mexico apresentado pela Quiksilver foi iniciado pelas semifinais e Deivid Silva surfou a primeira onda da sexta-feira decisiva. O italiano Leonardo Fioravanti demorou cerca de 15 minutos para pegar a primeira dele e escolheu bem, uma onda lisa para atacar forte de frontside, sempre trabalhando com a borda da prancha nas partes críticas. Ele ganhou 5,33 e Deivid logo responde com 5,73, mostrando a mesma potência do backside vertical que eliminou o bicampeão mundial e número 1 do CT 2021, Gabriel Medina, nas quartas de final.

As séries estavam demorando a entrar em Barra de La Cruz e o tempo passa rápido, com o italiano só pegando sua segunda onda quando restavam 4 minutos para o término da bateria. Ele repetiu o ataque com uma pancada forte, seguida por várias batidas e rasgadas até o fim. Os juízes deram nota 5,57 e Deivid ficou precisando de 5,17 para vencer. O brasileiro não demora para dar o troco, jogando água pra cima com batidas verticais, até explodir a junção na finalização, para confirmar a vitória por 13,23 a 10,90 com nota 7,50.

A segunda semifinal começou com os dois surfistas errando as primeiras manobras. Mas, na segunda Jack Robinson acertou um alley-oop gigante no começo da onda e fez mais alguns cutbacks e batidas para largar na frente com 7,33. Mateus Herdy já viu que teria que fazer algo diferente também e tenta um aéreo, sem completar. O australiano pega a onda seguinte já entrando num tubo e recebe 5,83. Herdy enfim acerta o aéreo rodando e completa a onda com uma batida na junção, ganhando nota 5,27.

A bateria chega nos 10 minutos finais com o catarinense precisando de 7,89 pontos para garantir uma terceira final brasileira no CT 2021. Só que ele não consegue achar boas ondas com potencial para tirar notas mais altas, enquanto o australiano pega uma perto das pedras e já bota pra dentro de um tubaço mais longo, emendando um batidão no crítico e segue variando as manobras até a finalização. Os juízes deram 8,67, praticamente confirmando a passagem para sua primeira final em etapas do CT, por 16,00 a 11,50 pontos.

“É difícil chegar até aqui e eu queria ter vencido, para passar pra final”, disse Mateus Herdy. “Mas, ao mesmo tempo, analisando todas as baterias que surfei até agora, competindo contra meus ídolos, um terceiro lugar está ótimo. Lembro do Yago (Dora), quando conseguiu um terceiro lugar em Saquarema, como convidado também. Somos vizinhos em Florianópolis, então estou amarradão e muito obrigado a todos que estavam na torcida, minha família e meus amigos. Amo vocês e esse resultado é para Floripa e para o Brasil”.

HOMENAGEM A ADRIANO DE SOUZA – Entre as semifinais e finais, foi realizada uma homenagem especial para o campeão mundial de 2015, Adriano de Souza, que encerrou sua carreira de competidor no Corona Open Mexico apresentado pela Quiksilver. Mineirinho entrou sozinho no mar, para surfar sua última onda em 15 temporadas seguidas na divisão de elite do esporte. Depois, foi recebido e carregado pelos surfistas que o aguardavam na areia.

Sua despedida oficial aconteceu na quarta-feira, na terceira fase contra Deivid Silva, quando completou 514 baterias disputadas contra 153 surfistas, ganhando 275 delas em 145 etapas. Ele é o único surfista da história da World Surf League, a ser campeão mundial Pro Junior, campeão do Qualifying Series e campeão mundial do Championship Tour.

O capitão da seleção brasileira da WSL tem uma relação curiosa com o número 13. Ele sempre competiu com a camisa 13, fez 13 finais em etapas do CT ganhando 7 delas e entrou no mar na sexta-feira em 13.o lugar no seu último ranking mundial. E para fechar as coincidências, encerrou a carreira no dia 13, surfando sua última onda as 13h13 do Brasil.

VITÓRIA DA HEPTACAMPEà– Depois da homenagem para Adriano de Souza, começou a final masculina e a decisão do título feminino fechou o Corona Open Mexico apresentado pela Quiksilver nas ondas excelentes de Barra de La Cruz. A heptacampeã mundial Stephanie Gilmore voltou a provar que é quase imbatível em ondas para a direita, mostrando toda sua classe fazendo grandes manobras e longos arcos, com uma escolha impecável das melhores ondas. A australiana derrotou duas havaianas na sexta-feira.

Começou ganhando o clássico de campeãs mundiais com a tetracampeã Carissa Moore, com a nota 6,57 da sua última onda. Na grande final, só surfou duas ondas, que foram muito bem aproveitadas para ganhar notas 8,50 e 7,33 e superar Malia Manuel por uma pequena vantagem de 15,83 a 15,27 pontos. A havaiana precisava da vitória para entrar no grupo das nove surfistas que permanecem no CT para 2022, mas a australiana também queria ganhar sua primeira etapa esse ano e subiu do quinto para o quarto lugar no ranking.

“Quando fiquei sabendo do cancelamento do Taiti, o foco mudou e a pressão aumentou para manter um lugar nos Top-5 aqui e queria terminar a temporada com um bom resultado”, disse Stephanie Gilmore. “Esse lugar é incrível, foi um evento muito especial e agradeço a comunidade local e os surfistas por deixarem a gente surfar aqui. Essa onda é bem parecida com a da minha praia, Snapper Rocks, só que com menos gente na água (risos). Eu já vim algumas vezes para cá e sempre tem boas ondas, então estou muito feliz com essa vitória”.

O Corona Open Mexico apresentado pela Quiksilver foi realizado com patrocínio da Corona, Quiksilver, Jeep, Red Bull, Oakley, Hydro Flask, Expedia, DraftKings e mais informações, notícias, resultados, fotos e vídeos podem ser acessados na página do evento no WorldSurfLeague.com e no aplicativo.

RIP CURL WSL FINALS – Com o cancelamento do Outerknown Tahiti Pro pelo governo da Polinésia Francesa, por causa da pandemia do Covid-19, os rankings do WSL Championship Tour 2021 foram encerrados no Corona Open Mexico. Os top-5 e as top-5 que vão disputar os títulos mundiais da temporada no Rip Curl WSL Finals foram definidos na quinta-feira e quatro surfistas da seleção brasileira estão classificados para o evento, que será realizado no melhor dia de ondas no período de 9 a 17 de setembro, nas ondas de alta performance de Trestles, na Califórnia, Estados Unidos.

O Brasil dominou o ranking masculino, com Gabriel Medina em primeiro lugar, Italo Ferreira em segundo e Filipe Toledo em terceiro. O californiano Conner Coffin ficou na quarta posição e o australiano Morgan Cibilic na quinta. Na categoria feminina, a havaiana Carissa Moore é a primeira colocada, seguida pela brasileira Tatiana Weston-Webb em segundo lugar, as australianas Sally Fitzgibbons e Stephanie Gilmore e a francesa Johanne Defay.

FORMATO DA DECISÃO – Um formato especial será inaugurado no Rip Curl WSL Finals. Os títulos mundiais serão definidos em um único dia e começa com o confronto do quinto no ranking com o quarto colocado. Quem vencer, enfrenta o terceiro. Quem passar, encara o segundo colocado e, o vencedor desse duelo, vai disputar uma melhor de três com o líder do ranking para apontar o campeão. O mesmo sistema será utilizado na categoria feminina.

RESULTADOS DO ÚLTIMO DIA DO CORONA OPEN MEXICO:

Campeão: Jack Robinson (AUS) por 15,16 pontos (8,33+6,83) – 10.000 pts

Vice-campeão: Deivid Silva (BRA) com 15,14 pontos (7,87+7,27) – 7.800 pts

SEMIFINAIS – 3.o lugar com 6.085 pontos:

1.a: Deivid Silva (BRA) 13.23 x 10.90 Leonardo Fioravanti (ITA)

2.a: Jack Robinson (AUS) 16.00 x 11.50 Mateus Herdy (BRA)

DECISÃO DO TÍTULO FEMININO:

Campeã: Stephanie Gilmore (AUS) por 15,83 pontos (8,50+7,33) – 10.000 pts

Vice-campeã: Malia Manuel (HAV) com 15,27 pontos (8,27+7,00) – 7.800 pts

SEMIFINAIS – 3.o lugar com 6.085 pontos:

1.a: Malia Manuel (HAV) 15.20 x 14.87 Sally Fitzgibbons (AUS)

2.a: Stephanie Gilmore (AUS) 14.40 x 12.57 Carissa Moore (HAV)

 

TOP-20 DO RANKING 2021 PARA O CT 2022:

01: Gabriel Medina (BRA) – 43.400 pontos

02: Ítalo Ferreira (BRA) – 31.660

03: Filipe Toledo (BRA) – 30.735

04: Conner Coffin (EUA) – 25.355

05: Morgan Cibilic (AUS) – 25.270

——-Top-5 do Rip Curl WSL Finals

06: Griffin Colapinto (EUA) – 22.905

07: Jordy Smith (AFR) – 22.505

08: Kanoa Igarashi (JPN) – 22.215

09:- Yago Dora (BRA) – 20.875

10: Frederico Morais (PRT) – 20.790

11: John John Florence (HAV) – 19.660

12: Jack Robinson (AUS) – 19.300

13: Leonardo Fioravanti (ITA) – 18.800

14: Deivid Silva (BRA) – 16.535

15: Ryan Callinan (AUS) – 15.470

15: Ethan Ewing (AUS) – 15.470

15: Adriano de Souza (BRA) – 15.470 aposentado

18: Kelly Slater (EUA) – 14.680

19: Jadson André (BRA) – 14.610

20: Jeremy Flores (FRA) – 14.045 aposentado

20: Julian Wilson (AUS) – 14.045 aposentado

20: Seth Moniz (HAV) – 14.045

20: Miguel Pupo (BRA) – 14.045

———–brasileiros fora dos top-20:

25: Caio Ibelli (SP) – 12.620 pontos

27: Peterson Crisanto (PR) – 10.630

33: Alex Ribeiro (SP) – 6.650

35: Mateus Herdy (SC) – 6.085

41: Lucas Vicente (SC) – 1.330

 

TOP-9 DO RANKING 2021 PARA O CT 2022:

01: Carissa Moore (HAV) – 37.770 pontos

02: Tatiana Weston-Webb (BRA) – 34.715

03: Sally Fitzgibbons (AUS) – 33.000

04: Stephanie Gilmore (AUS) – 32.035

04: Johanne Defay (FRA) – 32.035

——-Top-5 do Rip Curl WSL Finals

06: Caroline Marks (EUA) – 26.050

06: Tyler Wright (AUS) – 26.050

08: Isabella Nichols (AUS) – 24.645

09: Courtney Conlogue (EUA) – 22.930

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