Fake news e saúde: cuidados ao compartilhar informações falsas e riscos à segurança de usuários

Riscos à segurança crescem, junto a diversidade de ameaças utilizadas pelos cibercriminosos para fazer vítimas

Por Daniel Cunha Barbosa, especialista em segurança da informação da ESET no Brasil 

A pandemia evidenciou ameaças não apenas à saúde pública, mas também à segurança de quem precisou se adaptar ao “novo normal”. As principais delas aproveitaram o medo que as pessoas estavam passando para fazer vítimas online por meio de informações falsas disseminadas por canais de mensagem, e-mails, etc. E esse risco despertou uma preocupação muito séria em nós, especialistas em segurança da informação e, claro, também usuários dos recursos digitais: até onde as fake news podem chegar e de que forma podemos nos proteger desse tipo de ameaça?

Começo lembrando que esse tipo de golpe geralmente é disseminado em forma de phishing, quando links suspeitos são enviados para as vítimas em potencial. Esses links podem conter informações sobre atualizações de casos da doença, vacinação ou decisões do governo sobre isolamento social e lockdown, por exemplo. Acessando esse conteúdo, os usuários podem acabar sendo levados não a uma notícia, mas sim a páginas que têm o objetivo de coletar informações pessoais e, a partir disso, trabalhar em ciberataques direcionados a essas pessoas.

O que vimos é que o medo de contrair o vírus ou a curiosidade por saber o panorama da situação que vivemos faz com que muitas pessoas acabem clicando em links maliciosos. É assim que os cibercriminosos conseguem infectar dispositivos, gerando prejuízos, muitas vezes, irreparáveis. Isso porque, após ser vítima desse tipo de ameaça, as informações pessoais obtidas pelos atacantes, se úteis, podem ser vendidas na dark web, usadas para acessar outros dispositivos ou ferramentas (as financeiras, principalmente) ou para pedir resgate financeiro desses dados.

No We Live Security, nosso blog sobre ameaças cibernéticas e atualizações do mundo tecnológico, temos o compromisso de fazer alertas a respeito de novas ameaças descobertas pelos laboratórios de pesquisa da ESET e, também, postagens que ensinem os usuários a protegerem, cada vez mais e de maneira efetiva, seus computadores, celulares e quaisquer outros dispositivos tecnológicos usados.

Por essa razão, além de cuidar da nossa saúde, também devemos ter sempre em mente que a conscientização sobre esses riscos ainda é o fator principal para não ser vítima desses transtornos, tanto no ambiente doméstico como dentro do escritório.

A prevenção desses riscos é fundamental. Por isso, a recomendação de especialistas é sempre contar com uma solução de segurança para todo e qualquer dispositivo que você utiliza. Estar atento às principais ameaças que surgem, dia após dia, também pode ser de bastante utilidade na luta contra o cibercrime. Já para as empresas, as medidas vão um pouco além do “pacote básico”. É crucial contar com uma rede VPN para acesso ao sistema corporativo e usar ferramentas internas para realizar a comunicação entre os colaboradores, o que garante a privacidade e a segurança das informações que são trocadas entre as conversações.

Esse tipo de ameaça é tão preocupante que uma reportagem da Folha de São Paulo considerou que a tecnologia vai avançar para combater as fake news, mas é claro que esse processo não vai acontecer da noite para o dia. Fica a cargo de nós, como sociedade, também trabalhar a nossa parte da conscientização e medidas efetivas de proteção, como as que comentei.

Assim como outros tipos de ameaças cibernéticas, as fake news só serão erradicadas quando entendermos o real potencial que esse golpe possui de gerar transtornos na vida dos usuários. E é a partir da educação deles que seremos capazes de virar o jogo.

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