Grupo de 10 orcas é avistado pela equipe do Instituto Argonauta em Ilhabela

Avistamento foi na quinta-feira, na região conhecida como Ponta do Boi

 

Bióloga explica que Orcas não são baleias, e pertencem à família dos golfinhos. Ao contrário do que muitos pensam, não são assassinas e são exímias caçadoras. (Créditos: Manuel da Cruz Albaladejo /Instituto Argonauta)

Durante o monitoramento embarcado da última quinta-feira (12), a equipe do Instituto Argonauta no âmbito do Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos (PMP-BS Área SP) avistou um grupo de 10 Orcas (Orcinus orca) na região conhecida como Ponta do Boi em Ilhabela, Litoral norte de São Paulo.

De acordo com o biólogo Manuel da Cruz Albaladejo, as Orcas estavam espalhadas. “Primeiro avistamos dois machos. Eles permaneceram juntos o tempo todo. Depois vimos um grupo com três, onde um era filhote e aparentemente estava com duas fêmeas. O outro grupo tinha quatro ou cinco Orcas, e uma delas era macho. No fim, voltamos a observar os dois machos quando uma fêmea grande veio e deu uma “chamada” nos dois”, detalhou Manuel, que integra a equipe PMP-BS do Argonauta e estava no monitoramento embarcado.

A bióloga Carla Beatriz Barbosa, coordenadora do Trecho 10 do PMP-BS, explica que as Orcas não são baleias, e na verdade pertencem à família dos golfinhos e não são assassinas, sendo, na verdade, exímias caçadoras. “Elas se alimentam de peixes, tartarugas, focas, tubarões e até animais maiores, como as baleias, quando caçam em grupo”, detalhou.

Segundo o presidente do Instituto Argonauta, o oceanólogo Hugo Gallo Neto, estes animais são extremamente bonitos, inteligentes e tem fortes relações sociais, o que os torna objeto de curiosidade de todos. “A primeira vez que nós avistamos orcas na região, foi em 1990, quando eu estava fazendo uma saída para o Projeto Tamar. Na época, avistamos um casal na região da Ponta Grossa em Ubatuba, e de lá pra cá notamos que felizmente vem aumentando a presença desses animais, que eu considero magníficos, aqui na região. É uma oportunidade muito especial quem pode avistar e se aproximar, numa distância permitida por lei, de um animal dessa espécie”, destacou.

Presidente do Instituto Argonauta explica que as Orcas são animais inteligenteses tem fortes relações sociais. (Créditos: Manuel da Cruz Albaladejo /Instituto Argonauta)

O oceanólogo lembra que, para a segurança de pessoas e das baleias, deve ser respeitada pelos navegantes e mergulhadores o disposto na PORTARIA IBAMA N° 117, 26 DE DEZEMBRO DE 1996, que proíbe para todas as embarcações navegando em águas jurisdicionais brasileiras, os seguintes pontos:

  1. a)aproximar-se de qualquer espécie de Baleia e Golfinho com motor ligado a menos de 100m de distância do animal mais próximo;
  2. b)religar o motor antes de avistar claramente os animais na superfície ou a uma distância de, no mínimo, de 50m da embarcação;
  3. c)perseguir, com motor ligado, qualquer cetáceo por mais de 30 minutos, ainda que respeitadas as distâncias supra estipuladas;
  4. d)interromper o curso de deslocamento de cetáceo (s) de qualquer espécie ou tentar alterar ou dirigir esse curso;
  5. e)penetrar intencionalmente em grupos de cetáceos de qualquer espécie, dividindo-o ou dispersando-o;
  6. f)produzir ruídos excessivos, tais como música, percussão de qualquer tipo, ou outros, além daqueles gerados pela operação normal da embarcação, a menos de 300m de qualquer cetáceo;
  7. g)despejar qualquer tipo de detrito, substância ou material a menos de 500m de qualquer cetáceo, observadas as demais proibições de despejos de poluentes em Lei.

O artigo 3º da Portaria ainda veda “a prática de mergulho ou natação, com ou sem auxílio de equipamentos, a uma distância inferior a 50m de baleia ou golfinho de qualquer espécie”.

Confira mais imagens em: https://flic.kr/s/aHsmS8cKaK

 Sobre o Instituto Argonauta

O @institutoargonauta foi fundado em 1998 pela Diretoria do Aquário de Ubatuba e reconhecido em 2007 como OSCIP (Organização da Sociedade Civil de Interesse Público). O Instituto tem como objetivo a conservação do Meio Ambiente, em especial a conservação dos ecossistemas costeiros e marinhos. Para isso, apoia e desenvolve projetos de pesquisa, resgate e reabilitação da fauna marinha, educação ambiental e resíduos sólidos no ambiente marinho, dentre outras atividades.

Sobre o PMP-BS

O Instituto Argonauta também é uma das instituições executoras do Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos (PMP-BS), atividade desenvolvida para o atendimento de condicionante do licenciamento ambiental federal das atividades da Petrobras de produção e escoamento de petróleo e gás natural na Bacia de Santos, conduzido pelo Ibama.

Esse projeto tem como objetivo avaliar os possíveis impactos das atividades de produção e escoamento de petróleo sobre as aves, tartarugas e mamíferos marinhos, por meio do monitoramento das praias e do atendimento veterinário aos animais vivos e necropsia dos animais encontrados mortos.

O projeto é realizado desde Laguna/SC até Saquarema/RJ, sendo dividido em 15 trechos. O Instituto Argonauta monitora o Trecho 10, compreendido entre São Sebastião e Ubatuba.

Para maiores informações consulte: www.comunicabaciadesantos.com.br

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